Abastecimento de Água

Viçosa é uma cidade localizada na Zona da Mata, região sudeste de Minas Gerais. Segundo o IBGE (2022), a população da cidade é de 76.430 mil habitantes, e o setor de serviços é a principal fonte de renda. O abastecimento de água é prestado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), que conta com duas Estações de Tratamento de Água (ETAs): ETA I, localizada no Morro do Pintinho, com captação na represa do ribeirão São Bartolomeu, e ETA II, localizada no bairro Violeira, com captação no rio Turvo Sujo.

A cidade abriga a Universidade Federal de Viçosa (UFV), uma das melhores universidades do país, reconhecida pela sua atuação nos campos do ensino, pesquisa e extensão. A fundação da universidade ocorreu em 1926, em época em que a cidade de Viçosa ainda carecia de diversos serviços básicos, incluindo o abastecimento de água.

Vista das lagoas da UFV com indicação do ponto da Estação de Tratamento de Água da UFV

Inicialmente, a universidade era abastecida por charretes. Em seguida, foram construídos poços artesianos em pontos específicos, como a vila Giannetti. Com o crescimento progressivo da universidade e o aumento demanda por água, a captação passou a ocorrer no ribeirão São Bartolomeu. Para tanto, foram construídas represas em 1965, e a UFV inaugurou sua própria ETA em 1970. A Lagoa da Funarbe, uma dessas represas, localizada ao lado do Supermercado Escola, é o local de captação de água para o tratamento e consumo no campus.*

Atualmente, o abastecimento de água no campus Viçosa é independente da cidade. Na década de 1980, a estação passou por uma reforma para modificar a tecnologia de tratamento e aumentar sua capacidade. Devido à alta capacidade de armazenamento de água e ao superdimensionamento da ETA, ela funciona de forma intermitente: de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados e domingos,
das 7h às 13h. A vazão média da ETA UFV é de aproximadamente 30 L/s, com um funcionamento de 12h/dia (equivalente a 15 L/s em 24 horas). Além disso, devido às intervenções para redução do desperdício de água, a tendência atual é reduzir ainda mais esse valor de vazão média. Embora não tenhamos acesso à vazão real de projeto, de acordo com o último relatório de avaliação de desempenho da estação, a ETA UFV pode tratar até 80 L/s.

Em épocas de escassez hídrica, no entanto, quando a disponibilidade de água é menor, a estação precisa funcionar por mais tempo para suprir a demanda da UFV, chegando a operar 24 h/dia nos períodos mais críticos. O volume médio tratado é de cerca de um milhão de litros por dia, e a água tratada é armazenada em dois reservatórios com capacidade aproximada de 800.000 litros cada. O cenário atual de crise hídrica reforça a importância da colaboração entre a universidade e o SAAE, visando reduzir ao máximo os impactos da estiagem na população.

*O histórico do abastecimento e tratamento de água na universidade aqui descrito é baseado em entrevista realizada com o ex-operador da ETA UFV, Raimundo Jacinto Martins.

Vista aérea da lagoa no período de estiagem em 2017
Foto: Antônio Carlos Nogueira